Normalmente nunca falo sobre anúncios publicitários, mas este feito no Japão, onde um enorme xilofone de madeira toca Herz und Mund und Tat und Leben de Bach, vale a pena admirar!
Uma vez, Gilles Deleuze perguntou, "O que pode um corpo fazer?". Questão que implica que ainda não se tinha começado a perceber o potencial dos nossos corpos. De como, precisamente, pode a percepção do corpo desabilitado libertar-se da classificação binária: "Normal" - "Patológico" que delimita os corpos e constrange a acção. Christine Sun Kim, questiona a etiqueta e as normas sociais do que é som, que formam o desenvolvimento do nosso discurso e a nossa maneira de o tratar. Demonstra que as nossas identidades não conseguem ser completas sem o som, e nesse plano, experimenta novas possibilidades, através de intermediários de explorar configurações do som em formas figurativas e abstratas.
Esta é uma gigante instalação, sem título de John Wynne com 300 altifalantes, um piano que toca por si e vários aspiradores. Enquanto a obra se aparenta enorme, os sons daí produzidos são bastante delicados. Desta maneira, é possível, com artimanha, criar um ambiente imersivo onde a sonoridade realmente toma o espaço envolvente. A pianola toca as notas da opereta Gypsy Love de Franz Léhar a um tempo muito lento. E em cima, uma espacialização sonora controlada pela tecnologia digital onde os sons sintéticos fundem-se em conjunto com a ambiência dos aspiradores. A tentativa da união do velho e o novo, sob temas como obsolescencia e nostalgia. |
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